quarta-feira, agosto 09, 2006

VIAGEM




A viagem fez-se sem problemas. Nada foi previamente definido. Daí a beleza de cada momento: o crepitar das pedrinhas sob os pneus do carro, o olhar contemplativo sobre a ponte que atravessa o rio "Turvini", a facilidade em construir a casa.
Depois a carne, os movimentos de excitação e prazer, como se o amanhecer ainda não tivesse chegado.
O "day two" levou-nos a inóspitas mas belas paragens. Crus e desnudados. Secura selvagem. Fomos habitando suavemente cada pedacinho de alcatrão, terra, rocha e vegetação. Entranhá-mo-nos, deixá-mo-nos levar.
Falam-se outras línguas por cá, mas não nos deixámos enganar. Esta terra é nossa. Pronto... é nossa e deles. De todos. As ruelas, as quelhas levam-nos a visitar pequenos recantos, mimosos, e sem me encantar embrenho-me neles.
A miscisgenação aconteceu em tudo.
Preciso de uma informação. "Obrigado" e despeço-me. A simpatia vence a burocracia. Sinto-me bem.
O regresso doloroso, sem dor fez-se de boa disposição e retina desalinhada.
O alcatrão voou de mansinho.


Chegámos. Nada de novo. Tudo de bom.

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