terça-feira, dezembro 25, 2007

2007 de Baloiço

Estamos de novo em época de balanços e saldos anuais.
Desta vez vou fugir um pouco aquilo que fiz nos dois anos anteriores. Percebi que, mais importante do que fazer a resenha do que melhor se produziu durante o ano que está prestes a findar, é compilar experiências musicais, cinéfilas, pessoais ou outras que me marcaram.
O despertar de emoções visuais, auditivas e, de um modo geral sensoriais não tem tempo definido.
A nível pessoal, 2007 não me marcou apenas por aquilo que se produziu nas artes do espectáculo ao longo do ano, mas sim pelas experiências que vivi durante estes quase 365 dias. As obras que me levaram a descobrir essas experiências podem ter sido fabricadas há dois meses ou há duas décadas. O que é certo é que todas elas aconteceram em 2007 e por isso mesmo merecem o destaque neste meu balanço anual.

Aqui fcam as minhas escolhas sem qualquer ordem de preferência.

Um apanhado súbtil de canções que pontuaram com alguma insistência os meus ouvidos:

  • "Coat of Mail" - Wise and Otherwise de Harry Manx (2002)
  • "Threshold Apprehension" - Bluefinger de Black Francis (2007)
  • "A Sort of Homecoming" - The Unforgettable Fire dos U2 (1984)
  • "Got Carried Away" - Weightlifting dos Trashcan Sinatras (2004)
  • "Sai" - Kwassa Kwassa de Kanda Bongo Man (1989)
  • "Never Understand" - Psychocandy dos Jesus and Mary Chain (1985)
  • "Peacebone" - Strawberry Jam dos Animal Collective (2007)
  • "In the Mausoluem" - The Flying Club Cup de Beirut (2007)
  • "Heavy Metal" - Clap Your Hands Say Yeah dos Clap Your Hands Say Yeah (2005)
  • "Open Your Heart" - Dare! dos Human League (1981)
  • "Flakes" - Sheik Yerbouti de Frank Zappa (1979)
  • "3000 Flowers" - Destroyer's Rubies de Destroyer (2006)
  • "Be Gentle With Me" - The Best Party Ever dos The Boy Least Likely To (2005)
  • "Bros" - Person Pitch de Panda Bear (2007)
  • "Soma" - Siamese Dream dos Smashing Pumpkins (1993)
  • "Tonight the Streets are Ours" - Lady's bridge de Richard Hawley (2007)
  • "Coast to Coast" - From a Basement on the Hill de Elliot Smith (2003)
  • "Make it With You" - On Bond Street de Bitty Mclean (2005)
  • "Intervention" - Neon Bible dos Arcade Fire (2007)
  • "Hi-Fi" - Transistor Radio de M. Ward (2005)
  • "Parties in the U.S.A." - I, Jonathan de Jonathan Richman (1992)




Destes filmes não me esquecerei:


  • Stalker - Andrei Tarkovsky (1979)
  • Cartas de Iwo Jima - Clint Eastwood (2007)
  • O Sabor da Cereja - Abbas Kiarostami (1997)
  • Longíquo - Nuri Bilge Ceylan (2002)
  • As Vidas dos Outros - Florian Henckel von Donnersmark (2006)
  • Voltar - Pedro Almodóvar (2006)
  • O Último Rei da Escócia - Kevin MacDonald (2007)
  • Roma, Cidade Aberta - Roberto Rossellini (1945)



As Melhores Aparições:

  • Howe Gelb - Santiago Alquimista em Janeiro
  • Panda Bear - B. Leza em Abril
  • Clap Your Hands Say Yeah - SBSR em Julho
  • Arcade Fire - SBSR em Julho
  • Carlos Bica - FMM Sines em Julho
  • Harry Manx - FMM Sines em Julho
  • Bitty Mclean - FMM Sines em Julho
  • Hamilton Holanda - FMM Sines em Julho
  • Kurt Wagner - Santiago Alquimista em Outubro



sábado, dezembro 08, 2007

Staples ...pêndice Center


Parece que por aqui andava uma lampreia. Ou seria um coelho? Ou um leitão? Ou 300 kg de azeitona? Ou ainda um badanha gordo e feio de bigode farto e bata branca manchada?
Huuuummmmm...

Vou trocar os agrafos. A emissão continua dentro de momentos. Depois da digestão... do leitão, do coelho e da lampreia... d' ovos... escalfados.

Isto é que é culinária. Até prá semana com a receita de caldeirada de azeitonas. A não perder. Numa Urgência perto de si.

Pai de Maio

Vou ser pai. Assim, de chapão como quem não quer a coisa. O assunto nem estava na ordem do dia, mas a agenda da vida não se compromete com rodeios e pregou-me esta (bonita) surpresa. Para a posteridade, a "Casquinho" tratou de guardar a documentação comprovativa da gravidez.
Urgem agora as velhas questões: que nome dar ao bébé - já sei que é rapaz, mas isto hoje há nomes que nem lembra ao Ivanildo e muito menos ao Tibúrcio -, que "babygrows" escolher, qual o clube de futebol de que deve ser sócio (isto no caso de haver febre de clubites entre o casal, o que não é o caso), em que grupo de forcados mamadores deve ser inscrito, entre outros assuntos de menor relevância.
Os futuros avós voltaram à infância e opinam sobre tudo um pouco, quanto mais não seja com um trejeito de face que revele uma nega . O vulgar torcer o nariz.
Por agora a leveza é notória (a "Casquinho" é quem tem a árdua tarefa de carregar o petiz que não deve ter agora mais de 15 cm).
Será porventura uma questão discutível, mas sinto que ser pai é um direito que se conquista depois de um esforço que só é recompensado quando o bébé começa a emitir os primeiros sons, que, depois de filtrados, subtraídos e somados dão origem ao vocábulo mágico e estarrecedor: "papá".
A sensação que tenho agora é a de que o meu bébé vai ser feliz. Estará rodeado de tios e tias por afinidade. As árias de boas-vindas começam a ser cantadas. Um dos tios já lhe prometeu grandes viagens ao som de Pink Floyd, acompanhadas de drogas duras para a solene ocasião. Uma tia já prometeu que lhe vai contar todos os "podres" a meu respeito(só tenho a agradecer este gesto tão altruísta da minha irmãzita).
Se este é um começo bastante prometedor e saudável, deixo aos futuros tios (sim, todos vocês amigos e amigas) as sugestões para: "Um dia com o meu petiz".

Em Maio: Exame Prático

Prometo uma foto ilustrativa para breve.

sábado, dezembro 01, 2007

Ecografo


Senhoras, roam-se todas. Pensavam que só vocês tinham a benção divina de poder fazer ecografias? Pois bem, já daqui não me vou sem dizer "Não fiz uma ecografia... que triste estou...". Fiz. Fiz e com muito orgulho. Aos instestinos, ao estômago, à bexiga e a todas essas balhanas que estão situadas na minha querida zona abdominal, agora marcada com 11 singelos agrafos.


Bem, agora que já afrontei as senhoras com o post mais estúpido deste blog vou esquivar-me para outras banda que já se faz cedo.

sexta-feira, novembro 30, 2007

Fatalidad! CCC Overture (23/11/07)

Com menos tuns e mais pás, com alguns sólidós pelo meio, foi mais ou menos assim a abertura do concerto no CCC.





Não conseguem ver muita coisa, mas garanto-vos que estava muito intimista e... digamos... quentinho também.

Mais em: www.qwentinband.blogspot.com

sábado, novembro 24, 2007

Open Your Heart


And when it hurts you know They love to tell you How they warned you They say dont be surprised At someones lies They think they taunt you But if you can stand the test You know your worst is better Than their best And so you stand here With the years ahead Potentially calling With open heart Or with a spirit dead You walk on Lies the reason Faith or treason Playing a part End concealing Try revealing Open your heart Dare to feel Take the chance Make the deal Being an island Shying from trying Seems the easy way Such an easy way But theres no future Without tears Lies the reason Faith or treason Playing a part End concealing Try revealing Open your heart But if you can stand the test you know your worst is better than their best lies the reason Faith or treason Playing a part End concealing Try revealing Open your heart

quarta-feira, novembro 21, 2007

PREMIÈRE! Foi mais ou menos assim no passado dia 15 de Novembro na Europa

PREMIÈRE!

A celebração aconteceu no passado dia 15 de Novembro, na Discoteca Europa, em Lisboa, numa das zonas mais cosmopolitas da capital (ah… Cais do Sodré…).

O pretexto foi, como se sabe, a apresentação do primeiro disco dos Qwentin, esse tal de “Première!”, ansioso por ver a luz do dia (e dos espaços comerciais, porque não dizê-lo abertamente?) há algum tempo.

As expectativas eram muito grandes, e, se as melhores previsões anteviam uma sala bem composta, logo após a abertura das portas pouco antes da meia-noite, o cenário passou de bem composto a cheio.

Os Qwentin entraram no “palco térreo” do Europa às 0:45 para a apresentação integral de “Première!” – tomava assim forma a abertura do 2º capítulo.

Quem lá esteve aplaudiu de forma entusiasta o primeiro passo do novo caminho agora iniciado pelos Qwentin.

O disco está nas lojas, as T-shirts andam por aí.

Resta agradecer a todos os que estiveram presentes nesta grande festa e mandar um grande “uder keniv!” a toda a equipa que contribuiu de forma directa para a realização deste espectáculo:


Daniel Makosch (Raging Planet)

Projecto Marginal

Discoteca Europa (Miguel & Hugo)

Eliana Correia (Vídeo)

Ricardo Costa (Som)

Alice Baleine (Bilheteira)

Paula Santos (Merchandising)

Carina Santos (Fotografia)

Silviis (Anfitriã)

Céu Maurício (Guarda-Roupa)

Marília Prada (Guarda-Roupa e Maquilhagem)

Sónia Brito (RP/Management)

David Marques

segunda-feira, novembro 05, 2007

Olá Jonny... 11 Anos Depois...



Tinha de escrever umas linhas antes de me deitar. Aqui ficam então...
Ao percorrer as páginas do myspace (agora que a promoção de Première! ganha mais ânimo), deparei com um velho "conhecido" dos idos de 90.
Jonny Polonsky foi apadrinhado por Frank Black na sua estreia com "Hi, my name is Jonny", em 1996. A sonoridade do disco transporta o cheiro melódico de "Teenager of the Year" de Black, editado dois anos antes.
Mas, o que me surpreendeu na página de Polonsky - do qual, devo dizer, não tinha notícias há uns anos (consta que gravou um disco mais limpo e limado com Josh Freese dos APC na bateria e mais recentemente trabalhou com Mayanard James Keenan dos Tool) - foi a versão de In Bloom dos Nirvana, retirada do sinlge "Love Lovely Love" do supracitado "Hi, my name is Jonny".
Polonsky conseguiu a pequena proeza de descontextualizar - talvez mesmo desconstruir - o tema original da sua essência crua e dura, deixando-lhe apenas a textura melódica, e torná-lo num pastiche entre os Beatles, os Beach Boys e a tradição country folk norte-americana dos anos 60. Se quisesse ser radical diria que Polonsky matou o grunge subtilmente, com uma calma gentil e desarmante.
Os Soudgarden lançavam o canto do cisne, "Down on the Upside", os Stone Temple Pilots davam uma reviravolta estética na sonoridade com "Tiny Music... Songs from the Vatican Gift Shop" e os Pearl Jam avançavam para a experiência indie com "No Code".
Paradoxalmente a originalidade da versão de Polonsky está no facto de ser isso mesmo: uma versão. Se fosse um tema da sua autoria andaria por aí perdido sem que ninguém lhe ligasse nenhuma. Assim, pelo menos, mereceu estas breves linhas mesmo antes de me ir deitar.
Obrigado Jonny e até qualquer dia.

http://www.myspace.com/jonnypolonsky



sábado, novembro 03, 2007

Qwentin, o lançamento de Première!


E finalmente Première! apresta-se a ver a luz do dia. Os Qwentin irão ver sair o seu primeiro disco no próximo dia 15 de Novembro (lojas e on-line). Nessa mesma noite acontecerá a festa de lançamento do disco na discoteca Europa em Lisboa (Cais do Sodré), numa parceria entre Qwentin Labs, Raging Planet, Projecto Marginal e Discoteca Europa. O concerto está marcado para as 23:59.


Apresentando agora o disco, “Première!” traz 12 músicas/curtas-metragens, narradas em castelhano, inglês, francês, italiano, português, holandês e esperanto. São 12 histórias psi-fi que desconstroem os clichés do dia-a-dia e exploram o sabor desconhecido – essa última fronteira que começa na ponta dos nossos narizes.
Primeiro estranha-se. Depois, estranha-se ainda mais. E descobre-se, nessa estranheza, o conforto da familiaridade.
Produzido por Daniel Cardoso (Head Control System), “Première!” conta com a colaboração especial de Rui Duarte (Ramp) no tema “Mind (the) Thieves” e chegará às lojas através da Raging Planet (http://www.ragingplanet.web.pt/) e da Compact Records.

Alinhamento: 01. Fatalidad! 02. Casualty Friday 03. Il Commence Ici 04. trailer de "Aqui." 05. Uomo-Tutto 06. Jornalisma 07. intervalo 08. Tweestrijd 09. Aqui. 10. N.F.O. Kronikoj 11. Mind (the) Thieves 12. Terrier


12 dias, 12 músicas. Em jeito de antecipação, as 12 músicas de "Première!" serão disponibilizadas on-line, uma por dia, a partir das 00:00 do dia 3 de Novembro. Começou a contagem final...
(Os temas estarão disponíveis em:

www.myspace.com/qwentin

www.soundclick.com/qwentin

www.cqfd.com/qwentin

www.mp3.com/qwentin

www.agaragem.com/1/bandas/banda.php?id=322

www.palcoprincipal.pt/qwentin www.bebo.com/qwentinband

http://www.ijigg.com/search?s=qwentin )


P.S.:

Actuações de Qwentin confirmadas:

15 de Novembro - Discoteca Europa (Lisboa)
23 de Novembro - Centro Cultural do Cartaxo (Cartaxo)
8 de Dezembro - Som Líquido (Tavira); 1ª parte de Guernica Havoc
9 de Dezembro - Fnac da Guia (Guia - Algarve)

Actualizações em:

www.myspace.com/qwentin









terça-feira, outubro 30, 2007

Das Abóboras às Castanhas Regadas


A importação veio para ficar. O Carnaval Negro tem honras no calendário português e já ombreia com outra data de valores e simbologia bem diferentes - o Dia de S. Valentim. E, no meio de tudo isto onde fica o Dia de Finados ou de Todos os Santos? Isso era com as nossas avós e a verdade é que a romaria aos cemitérios (que ainda assim tem mais de simbólico do que propriamente de apropriação de uma memória passada) vai dando lugar às vestimentas negras próprias de um regalado Dia das Bruxas ou, para ser mais cool, de um Halloween - à portuguesa, claro está.

Com o Verão de S. Martinho à porta e o Natal a aproxirmar-se desenfreadamente, é altura de deixar as abóroras iluminadas de parte e preparar as castanhas, a jeropiga e o braseiro lá de casa, enquanto passeio os ouvidos por diferentes latitudes:
  • Animal Collective - Peacebone (Strawberry Jam, 2007)
  • Jim Black & AlasNoAxis - AloeEvra (Splay, 2002)
  • Humanos/António Variações - A Culpa é da Vontade (Humanos Ao Vivo, 2006)
  • Elvis Costello - Oliver's Army (Armed Forces, 1979)
  • R.E.M. - E-Bow the Letter (New Adventures In Hi-Fi, 1996)


quinta-feira, outubro 25, 2007

Adieu Raven

Paul Raven, mais conhecido como baixista dos Killing Joke, faleceu no passado dia 20 de Outubro.
Raven fez a última digressão com os Ministry, tendo mesmo participado na gravação do último disco da banda, "The Last Sucker".
Para além dos Killing Joke, Raven fez parte ainda de outros projectos mormente ligados ao metal e ao industrial. Exemplos disso são os Prong, com os quais gravou dois discos nos anos noventa, os Godflesh, os Pigface, os Treponem Pal (banda francesa com quem estava a colaborar em Genebra, mesmo antes de falecer), entre muitos outros.

Para recordar ficam discos como:

Fire Dances - Killing Joke
Fook - Pigface
Cleansing - Prong
Killing Joke (2003) - Killing Joke
Last Sucker - Ministry
Rude Awakening - Prong
Hosannas from the Basement of Hell - Killing Joke


quinta-feira, outubro 18, 2007

Solta o Kurt que há em ti!



Apresso-me a entrar no Santiago Alquimista, depois de uma complicada manobra para (des)arrumar o carro.
A srª (menina) da entrada diz-me que o autor já vai na terceira canção. O ambiente é pontuado por notas suaves e, ao descer as escadas deparo com uma sala sentada e contemplativa.
O sr. que se faz ouvir delicadamente tem um estendal com molas à sua frente, onde vai prendendo desordenamente as canções que um dia lhe saíram da alma e que agora, diante de nós, vai tocando em versão lo-fi intimista.
Por entre novas composições e clássicos da banda que lidera há cerca de 13 ou 14 anos, Kurt vai interagindo timidamente com o público - mais preocupado em ouvir atentamente as canções do que manifestar o apreço desmedido em forma de gritos, assobios e aplausos infindáveis.
"My Blue Wave" e "Is a Woman", acompanham a minha terceira cerveja e revestem-me o espírito de nostalgia. "Up with People" satisfaz os melómanos.
Não foi o Santiago que o trouxe até nós, foi ele que nos levou numa viagem a Nashville, até ao alpendre da sua casa, onde um dia começou a compor, depois de longas horas de trabalho a assentar ladrilhos.
Brinda-nos com duas horas e um quarto de concerto e despede-se saindo para junto do público, que vai cumprimentando até subir as escadas da sala lisboeta. Estendo-lhe a mão que me aperta agradecendo-me. Sussurro-lhe ao ouvido: "Beers before the Barbican", uma das canções que gostaria de ter ouvido nessa noite. Ele ri-se e segue caminho. Provavelmente terá ficado no estendal lá de casa a secar, pronta para ser tocada numa das próximas datas da digressão.
Houve um crítico que disse ter sido este um concerto monótono que serviu para o autor ensaiar as novas músicas. Se assim foi, podes vir cá ensaiar as vezes que quiseres, Kurt.

A noite prosseguiu com uma pequena sessão de autógrafos improvisada junto ao balcão de entrada do Santiago, onde consegui uma assinatura no bilhete que me preparo para estender junto dos lençóis e toalhas acabadinhos de sair da máquina de fazer (boas) canções.

terça-feira, outubro 09, 2007

Fé Psicadélica


The Monks

Injectem-me doses infindáveis de cafeína enquanto oiço a valsa desalinhada dos Holy Modal Rounders.

Nos 60 já vou em 2014 e a roda promete não parar.
Em breve quebra-se o silêncio e recomeça a marcha em busca de sonhos distantes que embatem na fé e rodopiam em eterna e original loopização, assim como as notas que pontuam o ar andaluz desta Primavera.


segunda-feira, outubro 08, 2007

O Première passo


Première. Assim se intitula o disco de estreia dos Qwentin.
Fontes próximas garantem que o lançamento do mesmo está para muito breve.
Para já fica o aperitivo no meu espaço de Qwentin: N.F.O. Kronikoj.

www.myspace.com/qwentin

sexta-feira, outubro 05, 2007

Tight Black Rubber - Dois para Uma


Ainda antes da saída do clip oficial alguém se lembrou de fazer um vídeo amador para a música de Black Francis.


Agora escolham.

Tight Black Rubber - Macacagem



Tight Black Rubber - Oficial








pollsQual dos vídeos preferes?
O oficial
O da macacagem



quarta-feira, setembro 26, 2007

Trailer "Spring 07"

Aqui fica o aperitivo para a curta-metragem "Spring 07" a sair informalmente lá para o Natal deste ano.
Espero feedback da vossa parte.


segunda-feira, setembro 24, 2007

MARAVILHOSA BILLI

Apresento-vos um clip genial, para uma música não menos genial.

quinta-feira, setembro 20, 2007

Bárány goes shopping... blowing the outside world

Foto tirada por ?

Bárány Qwentinsson, o músico de Qwentin, decidiu parar o seu périplo pelo mundo e assentou arraiais em Trinidad & Tobago.
De momento encontra-se em Portugal para tocar com os seus companheiros de outras latitudes no próximo dia 22 de Setembro. Depois de ter gasto uma quantidade monetária considerável em material para o projecto, Bárány confessou a um amigo que está cansado do mundo "asqueroso" que o rodeia. Foi mesmo esta a expressão usada pelo músico que pondera mesmo uma retirada da vida musical e em última instância da vida terrena: "Se possível para outra galáxia!", disse em tom de desabafo. A fonte que nos deu estas informações pediu confidencialidade, pois não quer ver comprometida a sua amizade com o músico.

Esperemos para ver qual o futuro de Bárány.



sexta-feira, setembro 14, 2007

segunda-feira, setembro 10, 2007

A melhor novela de todos os tempos em 29 capítulos


Ontem acabei de ver a melhor série de TV de todos os tempos.
Twin Peaks é tudo aquilo que não queremos que seja.
A ver se me faço entender.
David Lynch há muito que deixou as franjas do cinema underground, para se estabilizar como realizador de culto, amado por muitos e - convenhamos - pouco desprezado, quer pelo público quer pela crítica. Paradoxo à parte, Lynch é um realizador consensual (ou quase) que realiza filmes não consensuais (tome-se como exemplo o último INLAND EMPIRE).
Tão simples quanto isto: quem não gosta de Lynch não diz que o odeia, diz apenas que não vai à bola com a sua estética cinematográfica. Enquanto realizador é um falso diplomata. Consegue enganar-nos com as aparentes estórias triviais e deixa-nos envolver nas experiências sensoriais que as imagens transmitem aos nossos neurónios. Depois tira-nos o bolo. A maioria não ficará agradada com este roubo consentido de Lynch, outros, como eu, ficarão agradecidos por lhes tirarem a guloseima que tantas calorias iria injectar nas nossas retinas.
Twin Peaks é a novela (soap) mais atípica de todos os tempos.

Dividida em duas temporadas (a primeira com sete episódios e a segunda com vinte e dois), a novela gira em torno de um suposto crime cometido numa pacata cidade no norte dos E.U.A.

Não vou repisar o que provavelmente já todos sabem: Quem matou Laura Palmer?

A primeira temporada é genial. As personagens estão brilhantemente modeladas, a direcção de actores é fantástica e, tal como nos seus filmes, nada é conclusivo do ponto de vista da construção dramática do argumento. Antevia-se uma segunda temporada. As pessoas gostam que lhes fechem o espaço mental, gostam de resposta para as questões.

A magia do cinema e, cada vez mais da TV, é que as respostas às questões não precisam de ser dadas. Existe um espaço aberto que o realizador ou o argumentista deixa ao critério do espectador. Nesse espaço existe liberdade para fazer toda a espécie de conjecturas, deambulações mentais ou simplesmente adormecer.

A primeira temporada deixa um espaço exagerademente obeso para as mais diversas ramificações especulativas. A segunda temporada responde à questão que todos queriam saber e que aparentemente parece ser o centro nevrálgico do drama.
Com o passar dos episódios da segunda temporada, nota-se que Lynch deixou uma margem maior de liberdade criativa aos realizadores. Talvez se tenha chateado com o facto de que a tão ansiada resposta tenha sido dada a meio da série.
Desprendeu-se.
Nota-se depois que a linha narrativa vai sendo construída quase ao discorrer das imagens. Uma ideia leva a outra, uma personagem conduz ao aparecimento de outra. E assim, a meio da série a quantidade de estórias dentro da
plotline principal é enorme. O sonho é anarquicamente organizado. As estórias embrulham-se, cruzam-se perceptivelmente. E depois, no final, Lynch filtra tudo e dá-nos o tal espaço. Tira-nos do labirinto novelesco que até aí havia sido criado e introduz-nos no espaço hábil de sonho negro, pontuado aqui e acolá de contornos oníricos - Annie e Cooper como exemplo maior.
Não conclui, não constrói um edíficio sólido, mas sim uma casinha de lego, daquelas que podemos desmontar e voltar a construir de acordo com o nosso estado de espírito.
Mas é apenas uma novela... Daquelas que eu gosto, daquelas que a Globo nunca iria comprar.
Graças a dEUS.

quinta-feira, setembro 06, 2007

Hype: Qwentin ao vivo no Cartaxo, 22 de Setembro


Os Qwentin estão de regresso aos concertos quase um ano após a última actuação ao vivo em Portalegre no já distante dia 26 de Setembro de 2006.
No entretanto a banda esteve em estúdio a gravar o seu primeiro disco e a encetar a árdua tarefa burocrática que medeia o processo de finalização do disco até à sua entrada nas lojas de música.
Os astros parece que finalmente se estão a alinhar a favor dos Qwentin e, se tudo correr como previsto o álbum estará nas lojas já em Outubro.
Para já as atenções viram-se para esta pré-apresentação de Prémiere na cidade natal de todos os membros que compõem os Qwentin.
O concerto acontece na sequência de um convite da Câmara Municipal do Cartaxo que fez questão de ter os Qwentin a fechar a noite de Sábado no Fim-de-Semana da Juventude a realizar entre 21 e 23 de Setembro.
A actuação terá lugar na Quinta das Pratas, Sábado dia 22 de Setembro a partir das 22h.

No dia 21 subirão ao palco os Defying Control, conterrâneos de outras linguagens com disco já lançado em Portugal e afins europeus.

terça-feira, setembro 04, 2007

Anima Boo

Esta é uma notícia curiosa, especialmente porque volta a falar de uma das mais importantes bandas britânicas dos anos 90, injustamente esquecida após a separação.

Um psicólogo elaborou uma fórmula matemática para determinar a música mais «animadora» de todos os tempos. O tema escolhido foi «Wake Up Boo», dos britânicos Boo Radleys.


O psicólogo Tomas Chamorro-Premuzic, professor na Universidade Goldsmiths, afirma que a fórmula permite determinar até que ponto um tema é animador.

A fórmula é: P + Pos + T + BPM + I x S. O P representa a altura do som (pitch), o Pos indica a percentagem de alusões positivas na letra, o T é o tom, BPM são as batidas por minuto, o I representa as imagens associadas à música e o S é o nível de serotonina, um neurotransmissor associado ao bem-estar.

Recorrendo à fórmula, Chamorro-Premuzic estabeleceu o seguinte Top 10 de músicas animadoras:

1 Boo Radleys - Wake Up Boo!
2 Beach Boys - Good Vibrations
3 Jackson 5 - I Want You Back
4 Beatles - Here Comes The Sun
5 Madonna - Holiday
6 Van Morrison - Brown Eyed Girl
7 The Foundations - Build Me Up Buttercup
8 Michael Jackson - Wanna Be Starting Something
9 John Paul Young - Love Is In The Air
10 The Darkness - I Believe In A Thing Called Love

Fonte: www.discodigital.pt


terça-feira, agosto 28, 2007

Mini Galeria de bateristas

ROCK ON (é cromo, mas faz bem de vez em quando)


Bonham, Lovering, Cameron, Grohl, Irons e Chamberlin em amena cavaqueira.
































sexta-feira, agosto 24, 2007

O Massacre no Texas não se esgota nas imagens

Pronto... Tenho mesmo que falar do filme.
Há uns dias atrás propus-me encetar a hercúlea tarefa de ver um dos mais propalados filmes de terror de todos os tempos: The Texas Chain Saw Massacre. Acreditem: há muito tempo que era um daqueles filmes que me estava aqui atravessado, com a gula de passar pela retina, mas empenhado em embirrar num qualquer contratempo ou, mais provavelmente, imiscuir-se num cantinho recôndito da minha mente, onde acabou sempre por ser esquecido... até... há uns dias atrás.
Numa primeira leitura, ainda a quente, TTCSM (vou abreviar porque senão perco metade do tempo e do espaço do post a escrever o nome completo do filme), pareceu-me completamente vazio. Vazio no sentido em que o argumento em que se molda para construir o filme propriamente dito é falaciosamente básico. Em termos mais simples e actuais, aparentemente TTCSM não dá que pensar. Dirá talvez quem o vir hoje: "Epá, é o mesmo de sempre: uns quantos jovens numa viagem, uns psicopatas, mortos e algum sangue". A diferença está no facto de ter sido rodado em 1973, quando todos os disinspirados blockbusters que de uma forma ou de outra buscaram influências no clássico de 74 ainda não tinham saído das bobines onde sempre deviam ter ficado. Falo de "coisas" como A Casa de Cera, A Casa dos 1001 Cadáveres ou mesmo dos remakes de The Texas Chain Saw Massacre de 2003 e 2006.
Tobe Hooper foi o primeiro realizador a levar a cabo a tarefa de realizar um filme centrado apenas e só na violência, sem recurso às modernas paródias e truques de suspense. Mais ainda, Hooper propõs-se fazer um filme onde a violência extrema é única e exclusivamente de cariz humano, coisa que até aí havia sido explorada apenas de forma muito leve por Hitchock, em filmes como Psico (onde Hooper se inspirou para TTCSM) e em Pássaros.
Ora, se para um purista do cinema actual, um filme deve ser mais do que mero produto de entretenimento, TTCSM é um dos primeiros do género engavetado dos Horror Movies que deixa várias questões interessantes no ar: qual a razão da violência por si só? Qual a origem dos sentimentos que perpetuam a violência humana? Que segredos encerra a perversa mente humana, que consegue congeminar os planos mais malévolos para simplesmente torturar e matar?
Estas são questões a que o filme não responde, com toda a legitimidade. Por quererem responder a estas e outras questões, é que as sequelas dos clássicos são, na sua maioria, lixo cinematográfico.
TTCSM não esclarece nada. Vive apenas de uma pequena road-trip (importante para contextualizar o desenrolar das acções seguintes), de perseguições de moto-serra em punho e de actos de violência puros, com vicíos canibalistas à mistura (olá Hannibal Lecter). E é por não viver dos pequenos recursos e truques de suspense tão caros aos blockbusters do género de hoje em dia e de que falei algumas linhas acima, que o filme se torna tão real e deixa marcas na retina dos espectadores. É por recorrer às palhaçadas e a esses mesmos truques que "As casas de cera e dos 1001 cadáveres", se tornam eles próprios em pálidas caricaturas das influências de que nunca se deveriam ter apropriado.
Este discorrer teclístico teria ainda muito que contar, mas como normalmente nos filmes que me marcam ficam sempre imagens impagáveis, deixo-vos com uma entrevista e com uma aferição curiosa que retirei depois de recordar a cena final de TTCSM. Para quem já viu 2001-Odisseia no Espaço e está recordado da cena inicial - que interpretei como a metáfora da criação humana na famosa cena dos macacos geneticamente imbuídos do futuro espírito humano-, verá no final de TTCSM uma cena que, na minha perspectiva, é o estado último desse provável primeiro esboço da criação humana segundo Kubrick.
Uma das melhores cenas de cinema de todos os tempos, com recurso a um homem, uma moto-serra e movimentos endiabrados sob um pôr-do-sol que augurava um calor inhumano.
Preparem-se para sequências infindáveis de gritaria ensurdecedora.


quarta-feira, agosto 22, 2007

(Des)Concertos



No passado dia 31 de Janeiro, Howe Gelb, depois de um excelente concerto no Santiago Alquimista, sucedido de uma óptima noite de confraternização entre o músico e os seus admiradores, entrou no meu carro. No leitor de mp3 rodavam os Red House Painters. Perguntei-lhe se gostava, ao que prontamente respondeu: "I hate them". De imediato retirei o disco e pus algo mais condizente com a faceta low-profile, mas quente do ex-líder dos Giant Sand. Terão sido os Lambchop? Não me recordo. Pouco tempo depois de ter deixado mister "How" junto do hotel o meu carro berrou por completo, estando ainda hoje em estado catatónico. Maldição de "How"? Maldição de Mark Kozelek?




No próximo dia 17 de Outubro, Kurt Wagner - líder dos Lambchop - vai estar no Santiago Alquimista para o início da digressão a solo pela Europa. Dez dias depois é a vez de subir ao palco da mesma sala o ex-líder dos Red House Painters, Mark Kozelek.
Como não odeio nenhum dos três, nem pretendo fazer pirraça ao Sr. "How", irei ver os dois song-writers, com a esperança de acabar a(s) noite(s) de viola na mão, num motel à beira-mar plantado.

No próximo Sábado, dia 25 de Agosto os Macacos do Chinês do compincha Apache vão subir ao palco do Musicbox. A sala do Cais do Sodré acolhe o projecto que também actuará no Santiago Alquimista no dia 28 de Setembro. Como convidados especiais os macaquinhos terão o MC Espectrocliché e o técnico de som Ricardo "Garça".



Informem-se:
http://www.lambchop.net/
http://www.markkozelek.com/
www.myspace.com/macacosdochines
www.myspace.com/espectrocliche

Promessas de Verão


Para quem já não pode com as assobiadelas estivais do Bob Sinclair existe sempre a possibilidade de escutar o que nos trazem os últimos meses do Verão:

- The New Pornographers - Challengers

- Richard Hawley - Lady's Bridge

- Black Francis - Bluefinger

- The Rentals - The Last Little Life Ep

Para trás ficaram as boas surpresas dos Arcade Fire com Neon Bible e dos Queens of the Stone Age com Era Vulgaris.

Até findar o ano espero ouvir ainda outras boas surpresas.



sexta-feira, agosto 17, 2007

Rebuçados: Best Of


Não consegui escapar à tentação de fazer um best of Rebuçados Aleatórios. Aliás, a compilação (ainda sem nome definido) será totalmente home made e incluirá uma boa parte das faixas por mim escolhidas desde o Outono passado até à presente data.
O repertório tem a alegria de Kanda Bongo Man, o sarcasmo jocoso de Zappa, a melancolia dos Belle and Sebastian, o psicadelismo de Panda Bear com laivos de Brian Wilson e a "portugalidade" escancarada de Fausto e Sérgio Godinho e outras surpresas.


Vou esmerar-me no embrulho.

Prestes a completar o segundo aniversário, continuo convicto de que o Rebuçados não se esgota na minha pessoa.
Sei que por cá passam muitos olhares - uns mais atentos, outros apenas de soslaio.
Não me vou cansar de escrever, de dizer parvoíces, barbaridades, coisas e loisas.
O best of resulta de um percurso apropriadamente aleatório, assim como o discorrer de um dia que começa com um pesadelo doloroso, que passa pelo stress anfetamínico de um corropio citadino e que termina na dolência de um copo de vinho repleto de boas memórias.

Estamos por cá.

Viva...
(fotos Primavera Residencial)

segunda-feira, agosto 13, 2007

Sines: Sexta 27, o epílogo emocionado e... racional

Hoje é o dia da prometida sardinhada, mas não se pode começar a pensar em fazer uma sardinhada relaxada às 13h.
Saímos para comprar provimentos para o almoço no mini-mercado mais próximo. Eu opto pela fruta (um melão de 4,5 kg) e umas cervejas, enquanto o Ricardo e o Guru invadem a secção de enlatados para prepararmos umas sandochas rápidas. E eis que aqui neste pequeno espaço comercial dou pelo primeiro sinal de que o festival começa a ganhar contornos mais grotescos, típicos dos já clássicos festivais rockeiros. Uma garrafa de cerveja é roubada enquanto os larápios vão distraindo os donos e os clientes.
Voltamos ao parque e merendamos o melão e as sandes. A acompanhar, umas cervejitas bem frescas.
Tempo de ir até à praia. Ao passarmos pela avenida ouvimos o sound-check dos Aronas, banda que iria actuar durante a tarde no palco da Avenida. Parece-nos interessante e por isso optamos por adiar meia-hora a marcação do restaurante.


De volta ao parque para um duche frio bem retemperador. Quando descemos as escadas que dão acesso à avenida já os Aronas põem corpos a mexer. Uma interessante fusão entre o jazz "étnico", a que não é alheio o uso de steel drums e outras percussões.
Aron Ottignon é o mentor do projecto e exímio pianista. Comunicativo q.b., vai injectando doses de adrenalina e rebeldia nos corpos que com ele dançam esta espécie de jazz improvavelmente selvagem. Mais um óptimo concerto na praia.



A refeição que se segue é enganosa e manda-nos seguir para um restaurante "um pouquinho mais distante, mas com o mesmo preçário". Desta vez a simpatia não compensa a demora, porque no castelo espera-nos Hamilton de Holanda, por muitos considerado o maior bandolinista do mundo. Classificações etéreas à parte, Hamilton dá um verdadeiro show (para não desvirtuar a "brasilidade" do termo), não apenas de bandolim, mas de música. Apesar de chegarmos atrasados, assistimos a momentos de elevado grau de emoção. Em Hamilton e também na sua banda, os instrumentos são um prolongamento da alma, da razão, do sentimento... É por isso que os músicos cantam o que tocam, mesmo quando o instrumento é a... bateria. Chegou a arrepiar.

Expectativas altas para a actuação do World Saxophone Quartet de David Murray. Não são correspondidas de todo, ainda que a habilidade técnica dos músicos e as várias versões adulteradas de músicas de Hendrix tenham feito rasgar alguns sorrisos.

O fraco entusiasmo pelo colectivo fez-me sair do recinto com a Rita e a Raquel para ir buscar umas cervejas mais baratas.

Rachid Taha também passou, mas sem distinção. Por esta altura, e com o castelo mais cheio que nos dias anteriores, a fusão entre músicas do mundo e o universo mais rockeiro era mais que evidente. Talvez por isso Taha tenha incendiado uma boa parte do público. E não desminto a minha satisfação pela versão de "Rock the Kasbah" dos Clash.

A multidão é já enorme na saída do castelo para a avenida. Eu e o Ricardo ficamos pelas bancas de cd's. O resto da trupe decide ir descansar. Compro "Wise and Otherwise" de Harry Manx sem hesitar. Depois descemos até à avenida mas decidimos dar uma folga à música na última noite em Sines. No palco estão os La Etruria Criminale Band e o som parece-me um pastiche entre Emir Kusturica e Gogol Bordello.

Passeamos pelas bancas de comércio e decido juntar mais um chapéu à colecção.
Pausa para relaxar, comer uma picanha, beber umas cervejas, encontrar pessoal do Cartaxo e vislumbrar o David Murray na mesa em frente.
Hora de voltar...
A despedida é feita no dia seguinte no timing certo. Não que não gostasse de por lá ficar, mas se durante Sexta-feira o pulsar já era menos saudável, no Sábado sinto já a pressão dos "outros festivais" - barulho, sujidade, bebedeiras incomodativas...


De volta às origens em formato mini-caravana com bailarico e Geração XXI na Festa de Vila Chã de Ourique.


Obrigatório...


quinta-feira, agosto 09, 2007

Patio Song


Well isn't it a lovely day
Oh, I'm feeling all brand new
Well isn't it a lovely day
Oh, boating on Sunday with you

And if you really want to kiss her
Just go right up and tell her
Oh, isn't it a lovely day for love

Well isn't it a lovely day
Oh, my patio's on fire
Well isn't it a lovely day?
Oh no, words are wisdom from liars

And if you really want to kiss her
Just go right up and tell her
Oh, isn't it a lovely day for

Mae'n bwrw glaw
So dal fy llaw
Ond mae'r gaeaf mor hir
Mae'n cymryd gormod or tir

Dal fy llaw
Mae'n bwrw glaw
Ond mae'r gaeaf mor hir
Mae'n cymryd gormod or tir

Gorky's Zygotic Mynci - Patio Song, 1995

segunda-feira, agosto 06, 2007

Gentis corações de Agosto

E eis que o Senhor Verão chegou com toda a sua pujança.
Em tom de interlúdio entre a 2ª e a 3ª partes do Diário de Bordo de Sines, aqui fica uma selecção de belas canções para refrescar os vossos corações escaldantes:
  • The Boy Least Likely To - Be Gentle With Me, (The Best Party Ever, 2005)
  • The Rentals - Sweetness and Tenderness, (The Last Little Life EP, 2007)
  • Harry Manx - Coat of Mail, (Wise and Otherwise, 2002)
  • Bitty McLean & the Supersonics - Make it with You, (On Bond Street, 2005)
  • The Comas - Red Microphones, (Spells, 2007)



Adoro este Vídeo

domingo, agosto 05, 2007

Sines: Quinta 26 – A Rocha e o Bica

Acordo estremunhado dentro do carro. O calor é infernal. Não sei onde estou. Procuro os óculos que encontro cerca de quinze minutos depois. O telemóvel indica 11:45. Apenas depois de sair do carro (escusado será dizer que tinha a cabeça a pesar uma tonelada e a boca transformada no deserto do Namibe) percebi que me encontrava no Algarve, algures perto de Portimão.
Tento encontrar um café para saciar a sede aguda que me consome quase há meia-hora. Não faço ideia onde estão os meus companheiros de viagem.
Aproveito para ir até à praia sob o sol tórrido do sul. Tiro as sapatilhas junto ao mar e ainda consigo molhar os pés antes de o Ricardo me ligar a dizer para voltar para junto do carro. Avizinha-se uma viagem sôfrega até Sines.
O Ricardo e o Apache tiveram a “excelente” ideia de pernoitarem na praia. Foram apanhados de surpresa pelas famílias portuguesas carregadas com o farnel e o chapéu-de-sol que não os deixaram dormir mais de duas horas.
Depois percebo que estamos na Praia da Rocha.
Adiante.
O combinado é pararmos no caminho para um almoço retemperador. Aljezur é o local escolhido. O atendimento não prima pela rapidez, mas a simpatia compensa a lentidão.
De Aljezur a Sines o condutor passa a ser o Ricardo, passando eu para o lugar de co-piloto.
Paramos em Odeceixe para apreciar a praia que separa o Alentejo do Algarve. O tema de conversa continua a ser: “relações abertas: prós e contras”. Os temas fotografados começam a roçar o limite do absurdo e eu estou cada vez mais feliz.



De Odeceixe a Sines não fazemos uma única paragem. No leitor de K7 rolam os T-Rex, o Stevie Wonder e até os Eagles.
O senhor que entrega as senhas de entrada e saída no parque de campismo ganha a alcunha de pescador (devido à sua farta barba e arredondada fisionomia) e também o epíteto de omnipotente. O homem dá senhas, afina os PA’s do festival, é dono de uma empresa de cargueiros, zela pela bandeira azul na praia de Sines, vai a Paris todos os dias de manhã… Um mimo.
Na chegada ao parque seguimos os preparativos para mais um serão de música. Desta vez, e depois dos ébrios reencontros da noite anterior, a música não deu mesmo descanso. Um duche de água fria e corpo e mente de novo sãos.
Descemos a encosta do castelo em direcção à Avenida da Praia onde Harry Manx já se encontra a tocar. Ambiente místico a pairar junto à praia, com Manx a fazer uso da sua “Mohan Veena”, um instrumento muito peculiar, oferecido pelo seu tutor, Vishwa Mohan Bhatt durante os anos que passou a estudar na Índia.



O que Manx nos oferece no belíssimo final de tarde do dia 26, é um misto de blues com inspiração indiana, ora percorrendo as margens do Mississipi, ora banhando-se nas águas lamacentas, mas purificantes do Ganges. O que se ouve é um senhor cantar e tocar a sua alma, numa linguagem original, humilde e sobretudo mágica. Primeiro grande momento do festival.
Faz-se tarde para jantar. Não queremos perder Carlos Bica com o Trio Azul e o convidado Dj IllVibe.
Inevitavelmente, mas sem confusão, acabamos por chegar atrasados ao concerto do senhor Bica
Um dos maiores nomes do jazz português e mundial, Bica deixa-me completamente alucinado com a fusão da estética jazz com o rock, a pop, o funk, o hip hop. Espaço para solos de todos os músicos, numa demonstração de que a riqueza musical não reside na execução tecnicamente perfeita do instrumento que se toca, mas antes na exploração sonora e performativa que se faz dele. Jim Black demonstra ser um dos bateristas mais originais no palco de Sines. No seu simples kit percorre o jazz contemporâneo, desce até aos ritmos gordos e a “direito” dos Queens of the Stone Age, e brinca com o seu prato abafado a fita-cola, sempre com um sorriso nos lábios.


Quem também brinca com os pratos é DJ IllVibe, mais ao estilo de um DJ Swamp (acompanhante de Beck), obrigando os puristas do jazz a fazerem uma vénia à forma como estes músicos, partindo de uma raiz puramente jazzística, conseguem subverte-la e dar-lhe uma nova roupagem. E que bela roupa é esta...
Os Tartit são um colectivo do Mali, que tem a sua maior virtude na exploração do universo corporal e gestual da sua cultura. Homens e mulheres ocupam o palco na quase totalidade da sua extensão, cantando, tocando e dançando as raízes da sua terra: reminiscências do deserto tuareg pontuadas por uma discreta guitarra eléctrica. Valeu pela simpatia e performance, mais que pela música.
Mahmoud Ahmed é o senhor que se segue. Da Etiópia traz um espectáculo certinho, mas pouco arrojado. Confesso que é uma das minhas maiores expectativas da noite, mas fico um pouco desapontado. Não pela falta de qualidade musical, mas pelo formato “fórmula” tão cara ao universo pop-rock. E afinal não vim cá ver pop-rock. Chegou-me o SBSR.
Saímos ainda antes do último encore de Mahmoud. Uma parte da turba vai descansar. Eu, o Ricardo e o Apache resistimos para ver Bitty Mclean na Avenida. Antes ainda uma voltinha pelas bancas de CD’s. Decido comprar o de Harry Manx, mas apenas no dia seguinte.
Sente-se já o sabor do lovers rock de Mclean quando descemos as escadas que dão acesso à praia. Mesmo sem a dupla Sly & Robbie, que estava convocada para acompanhar o músico, Mclean dá uma lição de roots reggae e lovers rock aos presentes. Cheira a amor e sentem-se boas vibrações. Ouvimos 7 músicas e voltamos ao parque. O dia foi demasiado longo e apesar de me apetecer ficar a fazer companhia ao Bitty, respeito o meu amigo Ricardo (talvez um dos piores apreciadores de reggae que conheço) e decidimos ir descansar.
Em direcção ao parque novas histórias do pescador e algumas suposições sobre o ressonar do Papier, com quem iria dormir daí a pouco.

A noite acaba em amena cavaqueira quando ao abrir a tenda visionamos a posição de descanso muito “sui generis” do Papier.
Antes de adormecer as descargas de autoclismo e o ressonar do Papier são a razão da minha dor de abdominais no dia seguinte.


Com tanto riso não podia ser de outra forma.

Sopraria

Não resisto a deixar aqui este registo.
Em 2004, no segundo ano do curso de Som e Imagem, o professor Garcia Miguel pediu-nos que fizéssemos um trabalho com uma componente audio-visual cujo o tema de fundo fosse o sopro.
Foi o meu primeiro trabalho em vídeo. Tecnicamente pobre e com um conceito semi-desenvolvido, não deixa de ter a sua piada.
Hoje olho para ele com nostalgia e com a convicção de que faria outra coisa completamente diferente... ou talvez não.

AAAhhh, acaba bem antes dos 8:46 que tem. Erro de principiante ao fazer a exportação do vídeo.

Nota: reparem bem no frame subliminar logo depois do fade out, mesmo no fim do vídeo.

A seguir vem a 2ª parte de Sines.

terça-feira, julho 31, 2007

Sines: Quarta 25 - Ébrios Reencontros


Saio apressado da Primavera para apanhar o expresso para Lisboa onde tinha encontro marcado com os meus companheiros de viagem: Ricardo, Apache e Papier. Chego à justa para embarcar. A viagem faz-se com a pressa de chegar.
Na saída em Sete Rios aproveito para registar as primeiras impressões na PowerShot.
Agarro na mochila carregada de roupa, tenda, saco cama e afins higiénicos e dirijo-me para a estação de metro do Jardim Zoológico.
Tinha combinado com o Ricardo às 17:30 na Fundação Calouste Gulbenkian (local onde se encontra a realizar o seu estágio profissional).
Chego uma hora adiantado e depois de nos encontramos fico a conhecer o espaço onde desde o dia 4 de Junho até ao passado Sábado, dia 28 de Julho aconteceu uma residência de artistas inserida no âmbito do Fórum Cultural “O Estado do Mundo”.
Encontro o meu amigo Zé Cordovil que se encontra também a estagiar naquela instituição, mas na área da produção/direcção de cena. Damos dois (ou cinco) dedos de conversa sobre o evento que decorre no espaço; as velhas questões de divergência entre técnicos e artistas as limitações humanas e logísticas do espaço… Enfim, tudo aquilo que também senti quando estagiei à um ano atrás na Culturgest. Foi um encontro breve mas divertido.
O Papier chega antes das 18:00 e temos ainda tempo para conversar antes da chegada do Apache e da despedida do Ricardo.
Depois das bagagens bem acondicionadas no pequeno Clio, partimos em direcção ao sul. A ponte 25 de Abril esperou-nos com pouco movimento.
Aproveitamos para nos abastecer na primeira área de serviço logo depois da ponte. A conversa segue amena, com questões políticas, retóricas de pseudo-esquerda, esquizo-direita e com o aproximar do destino o tema muda radicalmente. Agora fala-se da planície alentejana, dos animais que pastam nas planícies que ladeiam as curvas e as rectas que nos conduzem a Sines.
À chegada abraços efusivos aos meus amigos: Guru, Rita (que tive o prazer de conhecer), o pacato Hermano, e a louca Raquel.
Damos entrada no parque, enquanto eu vou trazendo umas cervejitas do café mesmo à entrada.
Montamos as tendas e o toldo a mil à hora, de forma a chegarmos a tempo de ver um dos maiores percussionistas do mundo: Trilok Gurtu.


A entrada no castelo de Sines é calma e rapidamente nos apercebemos de que chegámos antes de tempo. Reencontro o Benfas, que logo me diz que tem de voltar ainda nessa noite para o Algarve por motivos profissionais. A ver vamos.
Depois da cerimónia protocolar de abertura do festival em Sines (uma vez que a primeira parte já havia decorrido de Sexta, 20 a Terça 24, em Porto Covo), começa a maratona de música com Trilok Gurtu. Um espectáculo tecnicamente irrepreensível, com recurso a uma fórmula vencedora. Uma banda de músicos virtuosos, comandados por um discreto Trilok, que ainda assim teve espaço para um portentoso solo de tablas. Bom, mas um pouco insípido.

Intervalo. Não existem filas para os WC’s nem para as barraquinhas das bebidas. Um bom pretexto para ficar na conversa com os amigos ao balcão, enquanto os britânicos Bellowhead dão um concerto literalmente alto.
Volto ao balcão e o meu estado vai mudando gradualmente: primeiro o ébrio feliz e alegre, durante a actuação de Oumou Sangaré - da qual também guardo apenas vagas memórias -, para o ébrio autista já na Avenida da Praia, durante a actuação dos japoneses Oki Dub Ainu Band.
Aproveito para cirandar sozinho, ora pela área da restauração, ora junto do palco, onde consigo tirar algumas fotografias. Volto para junto da restauração onde tenho um discussão saudável com a Raquel sobre relações abertas.
Na volta ao parque fica a sensação de cumprir um dever. É por isso que entro no carro do Apache com o Benfas e o Ricardo e seguimos em direcção a Portimão, onde o Benfas teria de estar para trabalhar logo de manhã.
O relógio marca seis da manhã e mais não sei o que aconteceu durante a viagem.

No dia dos reencontros a música ficou em segundo plano sem perdas de maior (pelo menos segundo a opinião de quem esteve mais atento).
Nos dias seguintes a situação ficou mais equilibrada.
Mas...
Já lá vamos.