sábado, dezembro 31, 2011

Conta-me estórias 011 (8)

2012 Arty n' Arty
011 Miss You...

AGOSTO:

"Pencil Skirt" - Pulp


Conta-me estórias 011 (7)

2012 May(r)a
011 Que te vaya

Julho:

"Ballad of Big" - Genesis


Conta-me estórias 011 (6)

2012 Estou Aqui
011 Chegou en fim

JUNHO:

"Kaputt" - Destroyer


terça-feira, dezembro 27, 2011

Conta-me estórias 011 (5)

2012 arregaça as mangas
011 pelo canal

MAIO:


sábado, dezembro 24, 2011

Conta-me estórias 011 (4)

2012 Retoma
011 da ida e da volta

ABRIL:

"No dejes que" - Caifanes


sexta-feira, dezembro 23, 2011

Conta-me estórias 011 (3)

2012 ventre liso
011 a galope

MARÇO:

"Trails" - Asobi Seksu




quinta-feira, dezembro 22, 2011

Conta-me estórias: 011 (2)

2012 ilusão óptica
011 planante

FEVEREIRO:

"Last Night At The Jetty" - Panda Bear



Conta-me as estórias: 011

2012 da alucinação maia...
11 da eterna crise.

A colheita em jeito mensal:

Janeiro:

"Walk with Me" - Neil Young:



terça-feira, novembro 29, 2011

BorderLine... Still be Mine?!



Ao aparecer
nada parece ser
o que outrora foi.

Fogo fátuo
espiral em ruína
Pedra cravada,
sangue em ti.

quarta-feira, novembro 09, 2011

Pandora's Box

A exigência do tempo sufoca-me os sentidos.
Pele branca, outrora rubra,
Sede de ser, de acontecer
Viver, tornar
contornar e retornar.
Enfim... chegar...
A Caixa de Pandora...
Fechar...

sábado, setembro 17, 2011

"THE ROBBER" - PONTO DE FUGA


Esperava de “O Assaltante”, - o filme do alemão Benjamin Heisenberg, apresentado no IndieLisboa 2010, - a mediania apavorante que assola a maior parte da produção cinematográfica actual. Na verdade os tiques perniciosos de Hollywood também já vão passando para as produções europeias e asiáticas (e sim, refiro-me também às de cariz dito independente) – excluo o fenómeno Bollywood por razões culturais e sociológicas específicas que praticamente desconheço.
No entanto, “O Assaltante” está nos antípodas do que poderia ser esta mesma história contada por “Hollywood”.
Baseado em factos reais, o filme conta a história de um ex-presidiário com duas paixões distintas, mas complementares naquilo a que poderemos chamar como dinâmica narrativa do filme: atletismo e cleptomania (na versão bank robbery) – e/ou vice-versa. A corrida em primeiro lugar como atributo de liberdade, mas também como força de bloqueio a essa mesma liberdade. A curiosidade maior reside no facto de que, para Johann Rettenberger (o protagonista), o caminho para a liberdade desagua no desafio da fuga, no instinto primitivo de sobrevivência per si. A ambiguidade nasce da relação de interdependência entre as suas duas paixões (aparentemente) antagónicas.
No início, Rettenberger corre em círculos no pátio da prisão onde cumpre pena por assalto à mão armada. É nesse movimento circular infinito que tomamos conhecimento da sua vida em 90 minutos, sem artifícios, sem jogos de cintura, carros e edifícios a explodir ou efeitos especiais em catadupa. O filme é dele, da sua rotina, da sua espiral. A diferença entre Rettenberger e os funcionários dos bancos que este assalta reside apenas na relação básica de oposição entre ele próprio, que rouba e os outros, que são roubados, mas também no facto de que apenas o primeiro busca algo mais que essa redoma onde parece condenado a correr eternamente. No demais todos são idênticos na prisão da rotina que os endurece e que é também complemento narrativo, frio, formal, mas dinâmico e até romântico.
O que é assustadoramente bem conseguido no filme é o esbater de uma diferença aparentemente abismal entre aquilo que consideramos ser social e moralmente o bem e o mal.
Heisenberg é exímio na forma fria, cerebral e calculista de contar a história simples de um homem que luta como animal feroz em defesa da sua causa, provavelmente consciente de que o destino que lhe está traçado é bem diferente das corridas que vai ganhando e das metas que vai cortando. Poderei exagerar ao dizer que a grande vitória de Rettenberger acontece na sequência final; a fuga interminável que finalmente lhe dá a liberdade que almeja.
“O Assaltante” é mais do que um filme baseado em factos reais. É uma maratona em espiral e em tempo real que transpira suor por todos os poros.
Num farol, depois de subirmos a escada em caracol ficamos “perto” do céu, entre terra e mar. O mesmo acontece com Rettemberger depois de terminada a sua corrida. Talvez seja aí que termina a fuga e começa a liberdade.

sexta-feira, setembro 16, 2011

Refugeee



Vagas sem Som
Torrente Vazia
Inerte,
Território.
Escuras Memórias
Ingrato Pesadelo

quarta-feira, setembro 07, 2011

Polpa (En)Coura(çada)


Existem momentos atemporais. Fragmentos, pedaços de vida que vagueiam pelo cosmos, escondidos.

Em 1994 os Pulp lançaram His n’ Hers, quarto capítulo de uma história apagada durante os anos 80. Em plena euforia do brit-pop e longe das querelas entre Oasis e Blur, que os meios de comunicação fizeram questão de empolar, os Pulp (e especialmente Jarvis Cocker) viram finalmente chegar a centelha do sucesso com temas como Babies, Razzmatazz ou Do You Remember the First Time, eivadas de trivialidades e sarcasmo nas letras de Jarvis. Puberdade, adolescência ou se preferirem, coming of age, se de um filme se tratasse. Existem também vidas comuns, banais, histórias aguçadas, adocicadas pelas palavras do crooner.

A história repetiu-se com distinção nos capítulos seguintes, ainda que com a introdução lírica de novas referências sociais. Different Class, This is Hardcore e We Love Life (o suposto canto do cisne) demonstraram que os Pulp não queriam facilitar e, talvez por isso, decidiram abrandar e estacionar por tempo indeterminado. Jarvis ainda se empolgou e lançou dois discos em nome próprio.

Em 2010 o anúncio de uma reunião. A surpresa deu lugar à previsibilidade e, ao olharmos para trás, percebemos que a última década foi profícua em desavenças e benquerenças similares, quase sempre debaixo do manto do cifrão. Vide Jane’s Addiction, Pixies, Smashing Pumpkins ou Jesus and Mary Chain.

Os Pulp de Paredes de Coura não me desiludiram mas estiveram longe de me surpreender. O que mais me desapontou no concerto dos Pulp em Coura não foi tanto o alinhamento escolhido – com uma quantidade aprazível de temas de His n’ Hers - ou a prestação (competente) do grupo, mas sim a percepção de que todo o concerto foi um esboço de metade de uma carreira, cuidado atempadamente com o objectivo muito simples de apenas agradar e não surpreender o público que assistiu ao seu espectáculo.

A garra de Jarvis mantém-se, o grupo mostrou-se coeso, o som passou de sofrível ao início até ao aceitável no final, mas o best of que nos apresentaram não me convenceu. Cerebrais e racionais são adjectivos que cabem no dicionário dos Pulp versão 2010/2011. E a verdade é que esta colheita dos Pulp é uma espécie de condutor passivo, que prefere conduzir a 90 km/h numa auto-estrada, mesmo sabendo que pode acelerar até aos 120 km/h, preferindo não fazê-lo, temendo que ao arriscar possa chegar aos 125 km/h e com isso apanhar uma pesada multa.

Admito com humildade: é difícil desfazer o mito de um adolescente de 16 anos. Ainda não foi desta, mas da próxima vez quero ouvir Help the Aged, Bob Lind, the Trees, Weeds, the Fear, Have you seen her lately e My Lighthouse.

Alinhamento de Paredes de Coura:

1. Do You Remember the First Time?

2. Pink Glove

3. O.U. (Gone, Gone)

4. Razzmatazz

5. Acrylic Afternoons

6. Pencil Skirt

7. Something Changed

8. Disco 2000

9. Sorted For E's & Wizz

10. F.E.E.L.I.N.G.C.A.L.L.E.D.L.O.V.E.

11. Babies

12. Mis-Shapes

13. This Is Hardcore

14. Sunrise

15. Bar Italia

16. Common People

quinta-feira, maio 05, 2011

Prefácio Azteca

Seis horas depois... São o engano do tempo ou o tempo enganado.

O Tejo desaguou lá atrás enquanto percorro a infindável meseta. Escuro. Ao longe suaves pinceladas de luz numa paisagem monocórdica. Cá dentro apenas o tossicar de um petiz atrevido rompe o silêncio soberano e tiranamente instalado. Mais à frente, a urbe; D. Quixote.

Sigo inquieto. Este sossego inquieta-me. O turbilhão há-de trazer-me a quietude. É virtude ibérica.

Há uma luz verde, intermitente, inconstante. Há horas que me persegue. Talvez me queira guardar, ou simplesmente guiar-me os pensamentos cansados.

Ao fim de oito horas já somos uma família; solene, sem palavras.

Não posso falar... Escrevo... Conforta-me.

Agora que posso, não escrevo. Vicissitudes de uma escala global.

Vejo e não oiço, sento-me e não sinto.




Ab. 18. 11

segunda-feira, abril 18, 2011

Net Works



Podemos sair da teia sem nela cairmos?
Não caímos, somos apanhados,
enredados, enrolados...
Viabilizo o plano
Se o orçamento deixar
proponho à corte o corte
de tanta vetusta astúcia.



sábado, abril 16, 2011

TAMBORO TRANSBORDA

A vontade de escrever, de transmitir opiniões e sensações tinha-se esvanecido há algum tempo.

Tamboro resgatou-me dessa preguiça mental alojada e pronta a criar raízes intransponíveis, como se a minha alma tivesse sido sugada para um buraco negro pejado de espirais amorfas.

O realizador brasileiro Sergio Bernardes criou um poema visual universal transbordante que não uniformiza o problema ambiental à realidade brasileira, antes servindo-se dela para criar a metáfora da realidade global que o próprio título da película clarifica objectivamente - Tamboro - para todos sem excepção.

Estilisticamente Tamboro segue a linha de Baraka e da obra-prima Koyaanisqatsi, como o provam os longos travellings aéreos sobre paisagens rurais e urbanas de um Brasil multifacetado. O contraste e o confronto latente e desigual entre Natureza - Homem / Máquina são sinais presentes ao longo de todo o filme.
O discurso dos intervenientes não é facilitista nem moralista, regra tão cara aos os pseudo ambientalistas da actualidade que teimam em apregoar as suas verdades absolutas, quase sempre sem conhecimento de causa.

Saliento: é um registo confuso a espaços, mas mágico na sua totalidade. Os mil e um "Brasis" filmados por Bernardes são diversos mundos implantados num mundo só(lido).

Recordei Almada: 1+1=1. Tamboro faz crer que a soma de unidades infinitas e distintas entre si são também uma única e exclusiva unidade em ebulição permanente. E é em ebulição que Tamboro se desenrola ao longo dos seus 100 minutos, com cenas devedoras do realismo mágico tão caro aos latino-americanos, mas também com uma clareza e sobriedade dilacerantes.

É documentário, é ficção, documentário ficcional, ode, tragédia grega, côr. São Mundos no Mundo.

É Tamboro - para todos sem excepção.

sábado, abril 09, 2011

POE // TRY


O Lamento é o grito de guerra dos impotentes, a arma falaciosa dos infelizes e o castelo de penas das almas perdidas.

terça-feira, março 15, 2011

Who Knows?


Rest
Em Paz
Com o
Que te
Apraz
Serra
D'Ávila
Cume de estrelas
Sonhadas

terça-feira, março 01, 2011

Dans l' Universe


O insulto impera
No império perdido
Da gulosa mão fria
Calculista,

São contos
Em pranto
Feras soltas
Pedras,
Ensanguentadas
Ardente agonia