Quando penso no "nerd rock" lembro-me do carácter pueril da sua estética, musical, lírica e visual.
Musicalmente o "nerd rock" é a antítese da puberdade mental que nunca se perdeu. Digamos que é a capa rebelde que mascara os conflitos interiores de quem escreve letras sobre os amores frustrados da adolescência, sobre o gozo de que eram alvo por parte dos colegas na escola ou sobre os primeiros actos de rebeldia juvenil.
E o mito constrói-se. Três ou quatro acordes melosos, distorção q.b., ritmos gordos e preenchidos et voilá: a aparência rebelde.
O mito preenche, no entanto apenas o espectro sonoro/instrumental.
Tanto no aspecto lírico como no visual a máscara decompôm-se e os rapazes rebeldes voltam a ter 16 anos e a pele impregnada de acne. Nas letras aí estão os conflitos interiores e na aparência visual os grandes óculos de massa, as t-shirts e camisas colegiais desvirtuam a rebeldia musical emanente dos rapazes.
Quando se cresce demasiado, mas a tentação "nerd" permanece corre-se o sério risco de se cair na idiotice e na nulidade pretensiosa de achar que ainda exista quem acredite nas palavras secamente cantadas. Ouçam o último de Weezer e tirem as conclusões.
Não há pachorra para a inocência e a maquilhagem forçadas...
*Na foto: OZMA
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