sábado, janeiro 19, 2008

O Novo Mundo

1998. Acordo ébrio ao sabor de um piano subtil que me acaricia a alma. Tenho quatro novos amigos que insistem em fazer boa música. Confesso, era uma nova experiência para mim. Um rapaz de vinte anos, habituado aos devaneios dos Pixies e dos Jesus and Mary Chain, agora confrontado com a boa música popular portuguesa. Fausto, Sérgio Godinho, Sétima Legião, Trovante entre outros. Ao mesmo tempo, havia reminiscências dos Divine Comedy. Acordava sem tempo definido. Ele próprio se encarregava de me embalar pelos pequenos prazeres de uma estadia que parecia não ter fim.

Durante um pequeno período da manhã ensaiavamos cordialmente. Depois partíamos no velho jipe verde descapotável rumo à praia mais próxima (normalmente Tocha ou Mira). Comíamos uns carapaus assados com batatinha assada acompanhados por um tintinho carrascão da Bairrada.

Tudo era novidade para mim .

Passeios pela Figueira, pequenas diatribes pelas termas da Cúria, devaneios pela Mata do Buçaco e aventuras no trajecto entre Quiaos e Murtede .

O pequeno músico que hoje trago comigo consolidou-se naquele palacete de paredes encardidas pelo rotação do universo. Aquele Universo ilusoriamente tangível...

Fará em Agosto dez anos. Dez anos de um caminho que teimo em percorrer olhando para o segundo que sucede logo depois deste ponto final.

1 comentário:

Cristina G* disse...

lo que logre entender con mi escaso portugues, me parece hermoso.... un gran saludo Andre***