Há um tempo atrás publiquei aqui no Rebuçados um desabafo onde manifestava a minha indignação face à discriminação dos monos.
A quadra natalícia aproxima-se e com ela a inevitabilidade do consumo desregrado, consequência do “bom desempenho” de uma poderosa máquina de marketing, que se alimenta de forma autofágica, num processo circular, muitas vezes confrangedor, mas sempre rentável e vencedor. É caso para dizer que o novo espírito natalício – distante daquele que herdámos dos nossos avós – comeu a galinha, o peru, ou ainda – num rectângulo à beira-mar plantado – o bacalhau com batatas.
Os valores esvaem-se numa inocente aparência de quem debita meia dúzia de balelas e frases feitas sobre a paz, o amor e a solidariedade. Os restantes 99% são árvores gigantescas, decorações estilizadas, luzes e neons coloridos apontados à retina de milhões de pessoas, que, perante tal cenário parecem libertar uma espécie de insanidade recalcada guardada exclusivamente para esta altura do ano.
“Bom” – diríamos – “mas isto é apenas o Natal”. Não, não é. Uma semana depois o espírito ganha novos contornos, as baterias da poderosa máquina são apontadas para outra direcção, mas a base de sustentação contínua a ser a mesma. O Natal foi “engolido” para produzir o “monstrinho” pagão do Ano Novo. Consome sem parar. Bebidas: espumante, champanhe, vinho, cerveja. É preciso é entrar com o pé direito e de preferência a cambalear. Menos mau. Já lá vão as bocas cheias de verborreia dos cínicos mandantes do mundo que aproveitam a semana anterior para propalar os seus beneméritos desígnios.
Lembram-se da história da discriminação que referi logo ao início? É aqui que ela entra.
Cresci a saber que a quadra natalícia só terminava no dia de reis. A “máquina” – provavelmente esgotada depois de duas semanas imparáveis – ainda não encontrou uma forma de rentabilizar as potencialidades deste dia. Não me parece que o bolo-rei dê crédito ao dia mais discriminado da quadra festiva. Por mim ainda bem. Acho apenas que o pobre dia merecia maior consideração; que se falasse dele (não que se aproveitassem dele). O 1º de Maio é um feriado mundial sem aproveitamento comercial aparente e toda a gente fala dele (será mesmo por ser feriado?). Pronto, até o dia 1 de Abril (vulgo dia das mentiras) tem maior promoção que o dia 6 de Janeiro. Quanto mais não seja pela mentirinha “marota” do pivot do telejornal.
É essa discriminação que me chateia.
Se a humanidade não consegue (ou não quer) encontrar um equilíbrio justo entre pares num mundo “sacaninha”, pelo menos que o tente fazer com os supostos dias importantes do ano…
E pronto, em 2007 o dia de reis vai ter um saborzinho especial…
A quadra natalícia aproxima-se e com ela a inevitabilidade do consumo desregrado, consequência do “bom desempenho” de uma poderosa máquina de marketing, que se alimenta de forma autofágica, num processo circular, muitas vezes confrangedor, mas sempre rentável e vencedor. É caso para dizer que o novo espírito natalício – distante daquele que herdámos dos nossos avós – comeu a galinha, o peru, ou ainda – num rectângulo à beira-mar plantado – o bacalhau com batatas.
Os valores esvaem-se numa inocente aparência de quem debita meia dúzia de balelas e frases feitas sobre a paz, o amor e a solidariedade. Os restantes 99% são árvores gigantescas, decorações estilizadas, luzes e neons coloridos apontados à retina de milhões de pessoas, que, perante tal cenário parecem libertar uma espécie de insanidade recalcada guardada exclusivamente para esta altura do ano.
“Bom” – diríamos – “mas isto é apenas o Natal”. Não, não é. Uma semana depois o espírito ganha novos contornos, as baterias da poderosa máquina são apontadas para outra direcção, mas a base de sustentação contínua a ser a mesma. O Natal foi “engolido” para produzir o “monstrinho” pagão do Ano Novo. Consome sem parar. Bebidas: espumante, champanhe, vinho, cerveja. É preciso é entrar com o pé direito e de preferência a cambalear. Menos mau. Já lá vão as bocas cheias de verborreia dos cínicos mandantes do mundo que aproveitam a semana anterior para propalar os seus beneméritos desígnios.
Lembram-se da história da discriminação que referi logo ao início? É aqui que ela entra.
Cresci a saber que a quadra natalícia só terminava no dia de reis. A “máquina” – provavelmente esgotada depois de duas semanas imparáveis – ainda não encontrou uma forma de rentabilizar as potencialidades deste dia. Não me parece que o bolo-rei dê crédito ao dia mais discriminado da quadra festiva. Por mim ainda bem. Acho apenas que o pobre dia merecia maior consideração; que se falasse dele (não que se aproveitassem dele). O 1º de Maio é um feriado mundial sem aproveitamento comercial aparente e toda a gente fala dele (será mesmo por ser feriado?). Pronto, até o dia 1 de Abril (vulgo dia das mentiras) tem maior promoção que o dia 6 de Janeiro. Quanto mais não seja pela mentirinha “marota” do pivot do telejornal.
É essa discriminação que me chateia.
Se a humanidade não consegue (ou não quer) encontrar um equilíbrio justo entre pares num mundo “sacaninha”, pelo menos que o tente fazer com os supostos dias importantes do ano…
E pronto, em 2007 o dia de reis vai ter um saborzinho especial…
2 comentários:
Bem que gostaria, mas de momento estou deslocadíssimo de Coimbra.
Cumprimentos aleatórios
Eu voto "Cumprimentos aleatórios" para o prémio de melhor expressão que ouvi nos ultimos tempos!!
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