Zeitgeist (os dois filmes como um todo) tem invadido de forma inconstante as discussões de amigos em presença física ou via redes sociais virtuais - olá facebook.
O fenómeno Zeitgeist tem gerado sentimentos extremos. Como qualquer documentário que apresente uma ou várias teorias sobre determinadas matérias, deverá ser analisado com uma prudência que não se exige a uma ficção de Woody Allen ou de Steven Sodenbergh (meros exemplos). Alguns consideram-no um portal de salvação, outros torcem o nariz aquilo que dizem ser uma amálgama de teorias da conspiração.
O primeiro ponto perdido do documentário é exactamente a acertividade com que apresenta as teorias relativas aos temas sensíveis que aborda (religião, política, economia entre outros). Zeitgeist é uma espécie de Euronews marginal que tece críticas ao actual sistema social, económico e financeiro para depois nos apresentar a solução (quase) miraculosa que há anos tem vindo a ser desenvolvida por uma série de cientistas encabeçada por Jacques Fresco. A solução chama-se Projecto Venus e potencia o desenvolvimento tecnológico como base para a sociedade (quase) perfeita.
A verdade inabalável - leigo em questões económicas, mas sensível às questões sociais, concordo com grande parte do que é dito em todo o filme - de cerca de quatro horas de documentário esvai-se em vinte minutos de utópica grandiosidade. As ideias são bonitas mas esbarram no "quase" (esse maldito obstáculo que se opõe ao desenvolvimento humano).
O verdadeiro opositor ao desenvolvimento humano não são as instituições sociais, religiosas ou financeiras, é o próprio ser humano que, com o seu gene egoísta calcinam um futuro mais radiante. O "quase" é o esbarrar da humanidade no seu próprio umbigo, por mais grandiosas manifestações de boa vontade que possam haver. O Homem sempre necessitará de competição, de batalhas, neste sistema ou no sistema Venus de Jacques Fresco.
Zeitgeist não propõe uma mudança radical a curto prazo, mas canaliza o esforço para a via do desenvolvimento tecnológico gradual, como premissa para a mudança. Contudo, mudança está em cada um de nós, agindo localmente, sozinhos ou em pequenos grupos de intervenção.
A contradição está no assumir que existe um deficit de preocupação social para depois afirmar que nos devemos unir em torno... da tecnologia. Actualmente a tecnologia é uma forma de veicular informação, de espalhar ideias. É o meio, não a solução. A solução passa por nós, agentes sociais capacitados para fazer uma mudança razoável e coerente, intervindo nas mais diversas áreas, agitando mentes, instituições, abalando velhas convicções para que os nossos descendentes construam novas formas de viver mais sustentáveis, tendo como exemplo maior as energias renováveis referidas no filme.
1 comentário:
Meu amor, lembro todas nuestra charlas, acerca del "gen egoista" y la poca esperanza de ver, un cambio real dentro de este sistema. Pero aun asi eu quero preservar meu especie contigo, Roma! Eu acho que sería bueno recomendar el libro del "Gen Egoista" Tenho que hacer un comentario del libro!
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