sexta-feira, julho 14, 2006

Frank Black: Dose Dupla com Fast man Raider man


Fast man Raider man, o último disco de Frank Black vem confirmar a boa forma do músico, numa altura em que os Pixies regressam para mais uma digressão.
Se Honeycomb (o registo de 2005) havia deixado boas pistas (leia-se canções) quanto à capacidade de Black se metameforsear em cauntautor das profundezas dos sul dos E.U.A., Fast man Raider man consolida o seu estatuto de songwriter meticulosamente construído a partir de "Dog In the Sand" de 2001.
Desta vez, e tal como no anterior, sem os Catholics, Frank Black "muniu-se" de autênticas lendas vivas do southern country-folk-rock para gravar Fast man Raider man. Entre eles contam-se: Steve Cropper, guitarrista que já trabalhou com Otis Redding, Jeff Beck, ou B.B. King; Levon Helm, o multi-facetado instrumentista da The Band; Spooner Oldham, o teclista que gravou com Bob Dylan, Aretha Franklin, Neil Young entre outros; e ainda os bateristas Billy Block, Chester Thompson (o acompanhante habitual de Phill Collins) e Steve Ferrone. Mas o rol de estrelas não acaba por aqui.
Gravado em Nashville, Fast man Raider man, é a melhor fatia do bolo quando comparado a Honeycomb. Aliás, uma fatia com elevado teor calórico: vinte e sete canções num álbum duplo.
A linha musical segue as pisadas do antecessor, mas está mais apurada com a produção de Jon Tiven, que parece ter deixado transpirar as emoções dos músicos que passaram pelos estúdios e coloriram cada uma das vinte e sete canções.
Esteticamente o conjunto de canções é homogéneo, muito embora a diversidade de ambiências musicais seja uma constante: "Johnny Barleycorn" é rock quadrado sem espinhas, apontado a todos os poros do corpo, "Sad Old World" é uma balada country que podia ter sido escrita nos anos cinquenta, não fosse o pseudo-sarcasmo de Black depois do solo de guitarra: "Hello... No, I mean, You...", a fazer lembrar um Elvis Presley apaixonado mas de poucas palavras. Ficam ainda óptimos momentos como: "Holland Town", "You can`t crucify yourself", " o dueto com Marty Brown em "Dirty Old Town", "Dog Sleep" ou "When the Paint grows Dark and Still".
Se Honeycomb era um bom vinho novo, generoso, mas sem exceder as expectativas, Fast man Raider man é um vinho maduro, estagiado em cascos de carvalho que deleitará o "palato" auditivo de quem o ouvir.
O melhor, a seguir ao inigualável Teenager of the Year.

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