Seis horas depois... São o engano do tempo ou o tempo enganado.
O Tejo desaguou lá atrás enquanto percorro a infindável meseta. Escuro. Ao longe suaves pinceladas de luz numa paisagem monocórdica. Cá dentro apenas o tossicar de um petiz atrevido rompe o silêncio soberano e tiranamente instalado. Mais à frente, a urbe; D. Quixote.
Sigo inquieto. Este sossego inquieta-me. O turbilhão há-de trazer-me a quietude. É virtude ibérica.
Há uma luz verde, intermitente, inconstante. Há horas que me persegue. Talvez me queira guardar, ou simplesmente guiar-me os pensamentos cansados.
Ao fim de oito horas já somos uma família; solene, sem palavras.
Não posso falar... Escrevo... Conforta-me.
Agora que posso, não escrevo. Vicissitudes de uma escala global.
Vejo e não oiço, sento-me e não sinto.
Ab. 18. 11
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