quinta-feira, maio 05, 2011

Prefácio Azteca

Seis horas depois... São o engano do tempo ou o tempo enganado.

O Tejo desaguou lá atrás enquanto percorro a infindável meseta. Escuro. Ao longe suaves pinceladas de luz numa paisagem monocórdica. Cá dentro apenas o tossicar de um petiz atrevido rompe o silêncio soberano e tiranamente instalado. Mais à frente, a urbe; D. Quixote.

Sigo inquieto. Este sossego inquieta-me. O turbilhão há-de trazer-me a quietude. É virtude ibérica.

Há uma luz verde, intermitente, inconstante. Há horas que me persegue. Talvez me queira guardar, ou simplesmente guiar-me os pensamentos cansados.

Ao fim de oito horas já somos uma família; solene, sem palavras.

Não posso falar... Escrevo... Conforta-me.

Agora que posso, não escrevo. Vicissitudes de uma escala global.

Vejo e não oiço, sento-me e não sinto.




Ab. 18. 11

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