quarta-feira, maio 21, 2008

Mensagem nº 151. Já lá vai

A imagem que aqui vêm não existe. É uma criação da vossa mente
É uma mitomania em forma de publicação virtual/binária

A abordagem tem como ponto de partida um cliché por demais esmiuçado, debatido e conversado.
A tentação diz-me que vivemos num tempo sem presente, sem aqui e agora. O espaço não é habitado, é local de passagem e por isso fugaz e untuoso.
A sociedade dos números não se coaduna com emoções expressas ou ambivalência - polivalência, também - de posições. A segregação social começa aqui, quando o cidadão apregoa o estigma da pessoa que nasce, estuda, trabalha, paga (ou não), envelhece e desaparece. Porque é preciso salvaguardar a cidadania dos que nascem, de facto os homens e mulheres de amanhã.
Projecto Nascer Cidadão. Pomposo. Ora na maternidade, antes de mais, o Gaspar antes de ser Gaspar e cidadão já tinha a honra de ser um.... número. Era o número 6. E siga para o jackpot...
Depois, e quando me preparava para fazer o registo in loco, ou seja, logo na maternidade, o sistema estava lento e o processo iria demorar um bocadinho. Iria (não a Santa, mas a conjugação do verbo ir na 3ª pessoa do singular no Pretérito Imperfeito)... porque quando a senhora por detrás da secretária (talvez a Srª nº 18 da maternidade) soube que o nome do petiz nº 6 iria ser Gaspar Graça Nogueira Pedro Pita-Groz avisou-me logo que tal não era permitido perante a lei que só contempla 4 apelidos no nome de um novo cidadão. Um bebé, mas um cidadão (que sumptuosidade tão pateta). Acontece que tratei de explicar à srª nº 18 ou talvez 17 porque entretanto um outro funcionário poderia ter metido baixa, que Pita Groz é um apelido composto, formado por 2 nomes. 1+1=1. Já o ido Afonso com 20 filhos na algibeira o passou para o Amadeu - o apelido, entenda-se - e depois este para mim. Mas factos são factos e o registo só pode ser feito com prova concreta no registo civil da zona de residência do(s) pai(s). Por outras palavras, eu, André Miguel Pedro (da minha mãe) Pita-Groz (do meu pai), terei de recuar entre 3 a 5 gerações para provar que os meus antepassados já usavam o apelido. Teimosia. Afinal o Gaspar (nome fictício) agora só quer ser um número para poder fazer o que um bebé cidadão TEM de fazer, consultas médicas no pediatra e no posto de saúde. 2750 gr. na última pesagem.
Ao cabo de 18 dias de existência o Gaspar... não existe, nem sequer é um número. Paradoxal e curioso, hein? O sistema informático do registo civil tem estado lento e parado (pelo menos de há 3 semanas a esta parte) e portanto o melhor remédio é esperar e passear com o filho nº 1, atentando que nesta anedota a 3 dimensões à beira-mar plantada, o tempo nunca se esgota, o marasmo prevalece e no futuro que também será ausente, aquele a quem chamamos Gaspar (porque somos loucos de todo e damos um nome a um ser que não existe, e, de certo modo a uma pessoa que ninguém conhece), poderá vir a ser um cidadão numerado, com uma conta bancária recheada de muitos números (sim, recebemos um kit para abrir conta num conhecido banco português logo à saída da maternidade) e quem sabe até poder vir a ser feliz por detrás de tanta enumeração.

Esta mensagem tinha outro propósito. Já a tinha iniciado há uns dias, mas os meus números da sorte segundo o horóscopo nº 21/05 encaminharam-na para aqui.

Foi um número diferente. Só isso.

Números da Sorte para o Sagitário (mas apenas para 1 dia, o de hoje): 1, 15, 29, 30, 31, 40.

Vou apostar nisto para o Euronúmerimilhões.

Saudações.

Mafia... Máfia.... eeee prontes...

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