terça-feira, outubro 28, 2008

Santa Música

Perante mercados recuados, sob a batuta de uma crise financeira sem fim à vista, somos levados a suspirar de funesta desesperança. No nosso cantinho, ora quente, ora ventoso, preparam-se as adegas a abrir os portões para a prova do vinho novo, servido com galanteadores pedaços de carne grelhada, azeitonas e outras iguarias de fazer crescer água na boca de qualquer bon vivant ribatejano.

A Feira dos Santos também se aproxima a passos largos, mas isso apenas na minha pequena urbe.

A mostra musical para este S. Martinho e todos os outros santos é um pulverizar eclético de canções.




  • Torche - Fat Waves (Meanderthal, 2008)
  • M. Ward - Requiem (Post-War, 2006)
  • The Beatles - I'm so Tired (White Album, 1968)
  • M83 - Kim & Jessie (Saturday=Youth, 2008)
  • Lambchop - A Hold of You (Oh, 2008)
  • Koushik - Lying in the Sun (Out my Window, 2008)


segunda-feira, outubro 27, 2008

O Idiota

Određeni član smiješan
Mil vozes
Mil sussurros
Mil línguas
Fartas são as palavras escolhidas
De tão ambiciosa gula poliglota
Parca é a comunicação
De tudo não mais que idiota

sexta-feira, outubro 10, 2008

De Trás para a Frente


Durante parte das suas carreiras estiveram lá atrás onde por vezes a luz não chega. Mais tarde passaram para a frente do palco, assumindo a responsabilidade de verdadeiros frontmans e até de gestores de carreira.
Estou a falar-vos de bateristas que, por impulso criativo ou simples necessidade afectiva decidiram tornar-se compositores, ou numa linguagem apropriadamente pop, simples escritores de canções.

Aqui fica uma pequena lista, desde os mais mediáticos a outros mais acanhados.

  • Paul Quinn - Foi baterista dos Soup Dragons no final dos anos 80 e início de 90. Depois do término da banda esteve nos Teenage Fanclub durante sete anos (1993-2000). Trabalhou como carteiro durante um ano. Aprendeu a tocar guitarra e formou os Primary 5 em 2001. Em 2004 saiu o primeiro disco, North Pole. Há cerca de um mês saiu o terceiro capítulo da carreira promissora de um humilde baterista que era "apenas" o sólido suporte ritmíco dos Teenage Fanclub (www.myspace.com/primary5).
  • Dave Grohl - Talvez o mais mediático. Depois da consistência e solidez que deu às angustiantes composições de Kurt Cobain, Grohl não fez longa a espera e logo em 1995 lançou o álbum homónimo dos Foo Fighters totalmente composto e gravado por si. Estava dada a prova de que o homem mais recuado dos Nirvana era mais do que um sólido e competente baterista. Seis discos depois com os Foo Fighters e várias colaborações extra (Queens of the Stone Age, Killing Joke, Probot...) Grohl afirma-se como um dos bateristas/músicos mais versáteis da história do rock.
  • Patrick Wilson - Continua a marcar o ritmo nos Weezer, mas em 2001 e depois de um hiato de 5 anos com a banda de origem, decide arrancar com um projecto paralelo, os Special Goodness. Passa a assumir a posição de principal compositor, vocalista e guitarrista. Nota positiva para os dois registos gravados até à data. Vamos esperar para ver o que aí vem, numa altura em que os Weezer se encontram numa fase de evidente ascensão musical depois do flop chamado "Make Believe".



  • Bobby Gillespie - Pode gabar-se de ter tocado bateria (talvez mais tarola e timbalões) num dos disco míticos da história do rock (Psychocandy, dos Jesus and Mary Chain). Depois partiu para a aventura com os Primal Scream logo em 1987 e sempre como vocalista/ frontman. Em 1992 consegue nova proeza: lançar um dos discos mais importantes da história do pop/rock dos anos 90 - Screamadelica. A mistura de rock polvilhado com ritmos plenos de efervescência house marcou uma parte da criação musical dos anos 90 e 00. Os Kasabian que o digam.
  • Phil Collins - Palavras para quê? Esteve nos Genesis desde a sua formação. Com a saída de Peter Gabriel segurou as rédeas da banda, mesmo quando a genialidade da primeira metade dos 70's se esvaiu. Na liderança dos Genesis gravou oito discos entre 1976 e 1991. Teve tempo para formar os Brand X, onde tocou bateria e em 1981 iniciou o seu percurso musical de homem só com o aclamado Face Value. Terminou a sua carreira há poucos meses devido a problemas de surdez. Fica a memória de um dos mais dinâmicos e versáteis músicos da história do rock.
  • Maureen Tucker - O elemento feminino permanente dos Velvet Underground compensava a falta de técnica com ritmos mecânicos e vigorosos, por vezes a emanar uma energia visceral e selvática tão condizente com a linguagem rock que os Velvet Underground ajudaram a desenvolver no desbravamento de novas linguagens como o Punk e uma certa vanguarda alternativa, distante dos devaneios progressivos e experimentais do meio musical envolvente. Com o fim dos V.U., Maureen esteve sempre longe do olhar crítico, ao contrário dos seus companheiros, Lou Reed e John Cale. Ainda assim aventurou-se a solo em 1981, assinando 5 discos desde aí até 1994. Por onde andas, Moe?