segunda-feira, abril 30, 2007

Americana Aventura


Existem coisas para as quais dificilmente conseguimos encontrar uma explicação lógica e razoável. Ainda bem. Não gosto de perder muito tempo a tentar encontrar uma explicação para factos que não padecem de todo da falta dela.

Há algumas noites atrás, pouco antes de adormecer - durante aquele pequeno período de efervescência intelectual (passe a hiperbole) antes de entrar em definitivo no chamado sono mole - fiz um rewind mental e passei em revista o que andava a consumir nos últimos tempos, no que à cultura diz respeito. Cheguei a uma interessante conclusão. Nunca estive tão ligado à cultura americana mais profunda como agora.

Comecei a ler o "On the Road" do Jack Kerouac. Uma road trip descrita à velocidade do pensamento pela América dos anos 40. A descrição de uma experiência de vida, sem espinhas, sem politiquices correctas. Pura e simplesmente: Deixem-me viver, beber cada segundo como se fosse o primeiro, o segundo ou o último. Saborear cada pedaço de terra e viver... viver intensamente. Ainda nem a meio vou e é já uma referência...

Por mero acaso ou talvez por não ter conseguido arranjar bilhete para uma das sessões do IndieLisboa no King, acabei por ir parar ao Londres onde cheguei à justa para ver o documentário ficcionado "Requiem for Billy the Kid" da francesa Anne Feinsilber. Interessante exercício de memória sobre uma das muitas figuras mitícas norte-americanas. Não cai na modorra tentativa de encontrar uma verdade absoluta sobre as circunstâncias que levaram à suposta morte de Billy the Kid nas mãos do Xerife Pat Garrett, mas antes marcar uma posição onde realidade e ficção se acabam por conjugar, romanceando subtilmente a narrativa histórica. Serve-se para isso das pessoas que habitam os locais onde passou Billy the Kid, e que, de forma indirecta, à distância de cerca de 130 anos, têm um relação com a história dele. Mais do que um relato cientificamente correcto "Requiem for Billy the Kid" é uma homenagem às pessoas da América profunda - Novo México, no caso - que não têm medo de expressar as suas emoções (sim, sente-se aqui um espírito pró-Bush, mas não é nisso que Feinsilber está interessada). Foi o melhor dos 3 que vi no Indie.

Na música continuo fascinado com os songwritters americanos. "The Letting Go", o último registo de Bonnie "Prince" Billy (mais um Billy. E esta?) tem passado frequentemente nas colunas do pc.

A alma e a dolência de uma forma estar muito própria prespassa nos acordes e nas palavras de Bonnie. Não só de Bonnie, mas também de Howe Gelb, Matt Ward, Kurt Wagner e do infiltrado Frank Black.

Um mero acaso ou estarei mesmo a juntar sangue cowboy ao ribatejano e africano que já possuo?

Vou ter de guardar espaço para juntar o sul americano que me falta.

sábado, abril 21, 2007

Tomem lá... Depois das reedições!!!


Desta forma nos presenteiam os queridos Jesus. Discografia (quase) completa reeditada e aí estão de novo. À semelhança dos Pixies, dos Rage Against the Machine, dos Smashing Pumpkins ou dos Police, os Jesus and Mary Chain estão de volta depois de um hiato de nove anos.

A primeira década de 2000 está pejada de reuniões, que, à revelia dos desejados cifrões vão pôr aos saltos quantidades assinaláveis de fans desejosos de ouvir "in loco" canções que, de diferentes perspectivas marcaram diversas gerações.

Em Portugal estão para já confirmados os Jesus and Mary Chain a fechar o dia 4 de julho no Super Bock Super Rock e os Smashing Pumpkins no Alive.

Curiosamente, há cerca de 11 anos tive de optar pelas abóboras em deterimento da corrente. Não me arrependi (apesar de vir a saber por terceiros que o concerto dos últimos na Queima foi um portento de energia). Este ano vou estar - muito provavelmente - em ambos, mas com o coração mais palpitante no dia 4 de Julho.

terça-feira, abril 17, 2007

On The Road - Talking Beat


"...porque as únicas pessoas autênticas, para mim, são as loucas, as que estão loucas por viver, loucas por falar, loucas por serem salvas, desejosas de tudo ao mesmo tempo, as que não bocejam nem dizem nenhum lugar comum, mas ardem, ardem, ardem como fabulosas grinaldas amarelas de fogo-de-artíficio a explodir, semelhantes a aranhas, através das estrelas..."

Jack Kerouac - "On the Road"

segunda-feira, abril 16, 2007

Bandas e Músicos Coloridos


  • Uma noite como tantas outras. Amigos, música, copos, conversas cruzadas. De repente uma tentativa mental de compilar bandas e artistas coloridos. A lista vai saindo à velocidade dos pensamentos e atirada ao ar num acaso gingado.



    Aqui fica uma lista que compilei e à qual sugiro que juntem os nomes de que se forem lembrando:

  • Green Day
  • Black Rebel Motorcycle Club
  • Black Sabbath
  • Deep Purple
  • Red Beating Toy
  • Blue Nile
  • Whitesnake
  • Frank Black
  • White Stripes
  • Green Jelly
  • Yellow W Van
  • Red hot Chilli Peppers
  • Red Beans
  • Blue
  • Deacon Blue
  • Ocean Colour Scene
  • Barry White
  • Yellow Magic Orchestra
  • Green River
  • Green on Red
  • Black Crowes
  • Black
  • Black Uhuru
  • Black Grape
  • Black Flag
  • Living Colour
  • James Brown
  • Ian Brown
  • Godspeed! You Black Emperor (Garça)
  • Orange Juice (Garça)
  • Red House Painters (Garça)
  • Orange Goblin (Garça)
  • Black Eyed Peas (Cristina a.k.a. P. Lady)
  • Pink (Cristina a.k.a. P. Lady)
  • Deep Blue Something (Cristina a.k.a. P. Lady)
  • Cristina Branco(Garça)
  • Blood Red Throne (Garça)
  • Ornatos Violeta (Garça)
  • Black Company (Garça)
  • Blue Man Group (Garça)




domingo, abril 15, 2007

Panda Bear: atestado de distinção


Solta o Brian Wilson que há em ti...
Em doses catárticas de ruído circular
Dolência de uma tarde solarenga, primaveril...

em brechas suburbanas

Juro que te vejo perto de mim... Com uma banda

Pacífico Sul... Conchas ao longe...
Meets Pixies com reverb.
Olá Panda... Sem Banda...


It´s been a pleasure...

sábado, abril 14, 2007

Splash!!!!


Angels come to comfort you...

Sometimes is true

Or Maybe


I´ll be blue
****

domingo, abril 08, 2007

Bluefinger é Real


É mesmo verdade. Frank Black ou Black Francis tem um novo disco. Depois de Fast Man Raider Man e da experiência "on the road" de Christmass, chega-nos Bluefinger. Um disco crú. O primeiro do senhor Pixies totalmente a solo, sem a mãozinha dos seus coadjuvantes.

Um acto corajoso do homem, que, prescindindo dos arranjos que pontuaram toda a sua carreira, decide "lançar" um disco que não é mais que a sua necessidade de evasão depois de uma extensa digressão com os Pixies.
Por aqui não existem solos de guitarras, arranjos melódicos ou pretensiosismos desmedidos. Aqui o melhor mesmo é a música. Crua. Uma guitarra esgalhada, um baixo, a bateria (com um som excepcional) e as vozes (a de Black e a de Violet - sua mulher).
A primeira faixa, "Captain Pasty", é o prenúncio do que vem a seguir: "Treshold Apprension" faz-nos lembrar quem eram os Pixies de Surfer Rosa. "Your Mouth into Mine", "She took all the money" e "Lolita" juntam 1987 a 2007.

Está encontrada a virtude de Bluefinger. Sem o pretensiosismo de registos anteriores, Black faz a melhor resenha de carreira, girando 180º sobre si próprio.


Nunca ouvi uma Telescaster soar tão bem


E este som de bateria...................................................................................